sábado, janeiro 03, 2015

Rota do Românico na "Fugas"/"Público", em que se escreve sobre Resende e Cárquere

Houve tempos em que se falava do nosso concelho e Resende parecia estar na moda. Actualmente, continuando sem  acessos e sem factos "comunicacionais", excepto os deprimentes, está remetida ao esquecimento.
Hoje estamos no "Público" pela cultura. Felizmente, integramos a Rota do Românico e a "Fugas" de hoje convida os leitores a fazer um percurso pela região "...pouca dada à auto-estima e, se calhar por isso, ao turismo. Mas os vales do Sousa e do Tâmega são também região de onde houve Portugal e o legado desses tempos está inscrito nas pedras. A Rota do Românico veio resgatar da dispersão igrejas, mosteiros, pontes, mitos, lendas.Embarcamos nela para descobrir o território onde a Idade Média é projecto de futuro".
Logo, no início do artigo, a autora,  Andreia Marques Pereira,  escreve: "...é a arte românica que se impõe como fio condutor nesta região que, a espaços, pode ser vista como um museu a céu aberto da história dos alvores da nacionalidade. Afinal, foi daqui, de Entre-Douro-e-Minho, que houve Portugal, ainda o século XII não ia a meio — e a arte românica atingia o seu período áureo por essa Europa fora. Por isso não surpreende que a história desses tempos, em que o Condado Portucalense se emancipava e o novo país ganhava forma, se leia nas pedras românicas que o povoaram de mosteiros, igrejas, castelos e fortalezas — e de mitos e lendas. E que mito mais duradouro terá Portugal do que o do bravo Afonso Henriques que contra tudo e todos (bem sabemos a história da mãe, D. Teresa) fundou um país? Contudo, antes de se tornar no conquistador de países, Afonso Henriques terá sido um miúdo raquítico, curado por intervenção divina e “mediação” do seu fiel aio, Egas Moniz. Essa é uma das lendas inscritas neste território e o Mosteiro de Santa Maria de Cárquere (Resende) é a sua testemunha muda. Não visitamos Cárquere mas não perdemos a oportunidade de visitar a última morada de Egas Moniz, um dos mais significativos exemplares da tumulária românica em Portugal, “ilustrado” com episódios da sua vida, que deambulam nessa fronteira entre lenda e realidade tão apropriados ao contexto medieval, e que são episódios da novela então incipiente chamada Portugal".