A cerimónia decorreu no âmbito de um jantar, que teve lugar no passado dia 18 de Março.
O Dr. Albino Brito de Matos exerceu a actividade de advogado entre 1958 e 1977, foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de 1981 a 1993 e destacou-se, sobretudo, como presidente da Câmara, ao longo de 25 anos, de 1976 a 2001.
Foi um reconhecimento merecido num percurso sem vaidades. À frente dos destinos do município, foram construídos, com dinheiros camarários ou sob o seu impulso e influência, entre outras obras e melhoramente, as muitas estradas, a ligar os lugares mais recônditos, a piscina municipal, ampliação do edifício camarário, jardins de infância, escolas primárias, fontanários, sedes de junta de freguesia e vários equipamentos culturais e sociais. E, sobretudo, bateu-se afincadamente para que a ponte da Ermida, uma obra estruturante para Resende, fosse uma realidade.
O seu longo consulado permitiu que à sua sombra fosse sendo construída uma teia de interesses egoístas. Por isso, foi pena que não se tivesse apeado mais cedo do poder. O slogan da sua campanha das autárquicas de 1997 “Resende vai mudar” já era um prenúncio de desgaste e descolagem da realidade, vindo de um candidato que estava à frente do município desde 1976. Depois, em 2001, aconteceu o que se sabe.
Conheci pessoalmente o Dr. Brito de Matos há apenas 4 anos. Vi nele uma pessoa reconfortada com a obra feita, movida por um grande amor à sua terra e ao concelho. Imagino que tenha há muito concluído que em política a memória é curta e muita selectiva e a gratidão inexistente.