sexta-feira, maio 14, 2010

Com Bento XVI

As palavras e os ensinamentos de Bento XVI têm-me permitido olhar para "além das coisas penúltimas", buscando "as últimas". A resposta a este desafio vou-a encontrando no registo (Evangelhos) das experiência dos discípulos daquele a quem chamaram Mestre , o qual lhes alterou a vida para sempre, disso dando testemunho. As Igrejas corporizam esta herança, designadamente a Igreja Católica, na qual me revejo (no essencial dos seus princípios, doutrina e valores). Este recentramento é um organizador de vida contra relativismos e instâncias , onde tudo se equivale. Embora não sendo exemplo para ninguém, mesmo nos momentos de desvarios , de desencontros e de descrença procuro orientar a minha vida como se Deus (o Deus do Cristianismo) existisse, quando parece não existir. Assim, nos dias mais claros ou sombrios encontro apoio e critérios para caminhar. Ao reconhecer-me nestes valores, assentes na matriz cristã, estou a dar também o meu contributo, partilhado por milhões de homens, na defesa de uma determinada Europa que queremos legar aos nossos filhos.
Bento XVI insta-nos na busca da verdade, indicando as coordenadas do caminho. O Papa reafirmou aos homens da cultura no CCB que "a Igreja sente como sua missão prioritária manter desperta a busca da verdade e, consequentemente, de Deus", tendo referido também que para uma sociedade que comunga maioritariamente dos valores católicos "é dramático encontrar a verdade sem ser em Jesus Cristo".
O diálogo e o acolhimento não supõem que tudo se equivale no campo inter-religioso e inter-cultural e no entendimento dos valores. Alguns não se colocam na trincheira certa, pois fazem objectivamente o jogo dos que defendem o multiculturalismo, que o Papa critica. O multiculturalismo, tão em voga, esquece "a sabedoria" da tradição, nivela e até esbate valores que integram a nossa matriz identitária.