segunda-feira, março 30, 2009

Festa da Cerejeira em Flor

Esta festa, que teve início há 25 anos, é, foi o culminar de uma fugaz, mas inebriante celebração anual: o espectáculo único das cerejeiras em flor, de pétalas brancas (e frágeis), a fazer lembrar um manto de neve pelas nossas encostas. É o reino de uma beleza tranquila que nos induz harmonia e bem estar. Anualmente, este cenário oferece-se à volta de apenas 10/12 dias.
A flor da cerejeira, talvez por ser tão delicada e efémera, é o símbolo da felicidade no Japão. É a sua flor nacional, sendo até declarado anualmente o seu início de florescimento para que os japoneses possam cumprir o hanami. Esta tradição leva milhares e milhares de pessoas para debaixo das cerejeiras com o objectivo de admirarem a beleza das suas flores.
A nossa festa da cerejeira em flor é um convite, repetido há 25 anos, para que os resendenses e cada vez mais visitantes vejam (até que os olhos doam), contemplem (até que o corpo desfaleça) e desfrutem (até à exaustão) esta dádiva da natureza. Alegoricamente, este cenário, que se torna imperecível, é o meu Monte Tabor.
A manhã tinha nascido fria. Contudo, pouco a pouco o tempo foi ficando ameno, levando muitas pessoas até à sede do rancho de Paus. Por volta das 15h00, a fila de carros estacionados era considerável, o que foi evidenciado por muita gente. Fica, pois, o registo de uma festa memorável.
No quadro das saudações, falaram o presidente da direcção do rancho de Paus, o representante da Federação do Folclore Português e o presidente da Câmara. O Eng. António Borges estabeleceu uma relação entre a riqueza do folclore concelhio, que é necessário preservar como memória e identidade da nossa cultura, e a riqueza das cerejeiras e das cerejas, pelo valor considerável que representa. "Quer queiram, quer não queiram, o nosso concelho é o maior produtor da Região Norte, ou seja, da Região de Entre Douro e Minho. E Paus é a capital da cerejeira em flor", referiu.
Para animar o ambiente, começou por entrar em acção o grupo de bombos da escola dos 2.º e 3.º ciclos de Ancede. Depois, foi a vez de actuarem os Ranchos Folclóricos e Etnográficos de S. Miguel de Anreade, de Santa Maria de Cárquere, de S. Pedro de Paus e de Santa Cruz do Douro, que demonstraram a grande riqueza e variedade do folclore desta região.
Ainda houve tempo para cantar os parabéns a Manuel Vieira Miguel, violinista exímio do rancho de Paus, e a uma senhora do rancho de Santa Cruz do Douro, pelos seus aniversários, e para o delegado do INATEL entregar uma medalha comemorativa a propósito dos bodas de prata da Festa da Cerejeira em Flor.
Uma palavra de apreço e carinho especial pelo nosso rancho, o rancho de Paus. Ouvir os vários executantes da tocata, ver os múltiplos figurantes, assistir à evolução das danças em palco, ouvir o Toninho e outras vozes, é recapitular a história da nossa freguesia nas suas múltiplas facetas e actividades (malhas, desfolhadas, rogas...). A chula é o hino da nossa genuinidade, a nossa canção maior, a arte da música e da dança, apurada ao longo de gerações. Gostei de rever o Abílio em palco ( em grande forma e sempre bem disposto)) como exemplo de disponibilidade e empenhamento. Gostei de ver a genica de um número apreciável de jovens, significando que o rancho tem continuadores.
Parabéns à Lisete e a António Branquinho pelas bodas de prata da Festa da Cerejeira em Flor. E pela sua persistência.
Uma saudação especial ao Prof. António Marques pelo ritmo e palavra certa, que empresta à festa, e também pela sua imensa cordialidade.