quarta-feira, agosto 13, 2008

Magia do teatro e da música em Montemuro

Ontem, fui serra acima até Campo Benfeito para assistir a dois espectáculos do “Altitudes”. Às 21h30, foi a vez de assistir à peça Novecentos/O Pianista do Oceano, escrita por Alessandro Barico (um grande autor italiano da nova geração, com quatro livros publicados entre nós) e interpretada pelo “Peripécia Teatro”. Uma história com muitas estórias, em que se fala da amizade, da beleza e do poder da imaginação, onde perpassa muito humor e ironia, envolvidos por música ao vivo, tocada por dois clarinetistas.
A sala de 165 lugares estava mais uma vez esgotada. Cheia de pessoas de todas as idades, umas com tez urbana e outras com tez bem serrana.
Depois, pelas 23h00, em tenda montada ao lado, desenrolou-se o espectáculo musical A Formiga no Carreiro com canções de José Afonso, numa produção da “Companhia De Mente” (um projecto que envolve intérpretes de outros grupos (Gaiteiros de Lisboa e Brigada Vítor Jara, por exemplo). A sonoridade do vocalista fazia lembrar a de Zeca Afonso.
Nos tempos que correm, “os filhos da madrugada” têm de continuar a cantar, pois “o que faz falta é animar a malta”. O que faz falta é avisar a malta para os perigos de “lhes” franquearem as portas à chegada: “eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada”. E onde não há pão não há sossego. Que a voz erguida ao Sol de Verão não nos esmoreça. “Vocês sabem lá o que é capaz a vontade de um homem”, sobretudo “quando lhe mordem na canela”.
A força da voz e das músicas foi tal que parecia cavalgar imparável serra fora.
Fotos : à espera de entrar na sala de teatro e actuação do recital de música.