quarta-feira, dezembro 05, 2007

Memórias

Nas aldeias, crescíamos naturalmente com os vizinhos e habitantes das aldeias próximas, conhecendo as suas histórias pessoais, cujo currículo tinha poucos itens e era escasso: cadeia familiar, nível de indigência, prole, as poucas virtudes e vícios. Sem transportes, a vida decorria aí quase totalmente. Com 10 anos, conseguíamos catalogar cerca de 60 famílias, o que abrangeria, no mínimo, 350 pessoas.
O conhecimento topográfico era pormenorizado. Havia na mente uma fotografia de cada caminho, de cada poço, de cada precipício, de cada parede.
Estas fotografias acompanham-nos. Felizmente.
Não havia lugar para a fantasia e a imaginação, que hoje habitam em demasia a mente dos mais novos, e de que não conhecemos todas as implicações.