sexta-feira, abril 06, 2007

Ciência, Fé e Ressurreição

Desde criança que o universo e a natureza sempre exerceram um grande fascínio sobre mim. Aos 5 anos, ao passar a serra das Meadas, fui confrontado com a primeira "ruptura epistemológica" ao verificar que o mundo não acabava ali. O espanto e as perguntas irrompiam.
É fascinante o avanço da ciência na descoberta de teorias e leis por que se regem o mundo e a vida. Hoje sabemos que tudo teve um início, que o universo está em expansão acelarada, que os seres vivos são fruto de um processo evolutivo e que tudo e todos caminham para um fim.
Dito isto, convém acrescentar que as descobertas da ciência não abalam os caminhos da fé nem põem em cheque os ditames da Bíblia. Nem deve haver misturas. Já Agostinho de Hipona (Santo Agostinho), sabiamente, na De Genesi ad litteram (livro XII), alertava: Geralmente, mesmo alguém que não é cristão conhece algo sobre a Terra, (...) e esse conhecimento é tido como sendo proveniente de razão e experiência. Agora, é um perigo e uma desgraça um infiel escutar um cristão, presumivelmente citando a Sagrada Escritura, falar absurdos nesses assuntos (...). E advertia mais à frente que esta interferência, visto que se trata de registos distintos, só complicava a tarefa de "acreditar nesses Livros no que se refere à ressurreição dos mortos, de esperança e vida eterna e do reino do paraíso". A fé alimenta-se de sinais que o Autor do Universo vai enviando. Do nada, nada se faz (ex-nihilo nihil fit).
Para celebrar a sagração da natureza, da primavera e da Páscoa, estarei este fim de semana em Resende.
Clique na foto, tirada no Penedo de S. João